O Corpo Guarda as Histórias que a Mente Tenta Esquecer

O que o meu corpo me ensinou sobre Trauma

Vivemos numa sociedade que aprendeu a funcionar em modo de sobrevivência.

Stress constante, ansiedade crónica e uma apatia disfarçada de “está tudo bem” tornaram-se a nova normalidade.

Mas e se o corpo estiver a tentar dizer outra coisa?

E se o que sentimos…mesmo quando não conseguimos explicar…for, na verdade, sabedoria profunda que precisa ser escutada?

Hoje partilho contigo o que o meu corpo me ensinou sobre Trauma.

Porque cada vez mais pessoas vivem com sintomas invisíveis, sem compreender que o corpo está apenas a tentar proteger-se… e a pedir ajuda.

O trauma não é o que te aconteceu.

É o que aconteceu dentro de ti.

Uma das verdades mais importantes que aprendi -tanto na minha jornada pessoal como na prática com pacientes -é esta:

O trauma não é o evento, mas sim a forma como esse evento foi vivido internamente.

Duas pessoas podem passar por situações semelhantes.

Mas cada corpo, cada sistema nervoso, responde de maneira única.

Quando uma experiência ultrapassa a nossa capacidade de lidar com ela, o trauma instala-se -mesmo que aparentemente nada de “grave” tenha acontecido.

Especialmente no trauma de desenvolvimento, que acontece na infância, muitas vezes em contextos de tensão, ausência emocional, negligência ou abuso, o corpo aprende que o mundo não é seguro.

E mesmo depois de adultos, esse corpo continua a responder como se o perigo ainda estivesse presente.

Como o corpo fala o trauma

Talvez te identifiques com alguns destes sinais:

✨ Corpo inquieto: uma agitação constante, dificuldade em parar, em relaxar.

✨ Estado de alerta:reações fortes a sons, gritos ou movimentos inesperados.

✨ Mente dispersa: dificuldade em concentrar-se, procrastinação frequente.

✨ Assustares-te facilmente: sensação de estar sempre “em cima do acontecimento”, como se algo estivesse prestes a acontecer.

Estes sinais não são fraquezas.

São adaptações do corpo a experiências que não foram integradas emocionalmente.

São formas de proteção.

O corpo não esquece.

Mas pode curar.

Se houve dor, ausência, medo, insegurança ou abandono na tua história, mesmo que tu não tenhas dado nome a isso até hoje, isso já é razão suficiente para começares a cuidar de ti.

A Cura não é rápida, nem linear.

É um processo de reconexão com o corpo, de reaprender a escutar, de devolver segurança ao sistema nervoso.

No Ayurveda, integramos o corpo, a mente, as emoções e a história pessoal de forma compassiva e profunda.

Não tratamos apenas sintomas, acompanhamos o teu ser no caminho de volta a ti mesmo(a), ajudando-te a restaurar equilíbrio, vitalidade e presença.

Escutar o corpo é o início da Cura

Se há algo que quero que leves deste texto, é isto:

👉 O que sentes faz sentido.

👉 O teu corpo guarda sabedoria.

👉 E há formas seguras e amorosas de voltares a ti.

Começa por escutar.

Começa por permitir sentir.

Esse é o primeiro passo para a verdadeira transformação.

Com presença, verdade e um olhar integrativo,

Darshana | Sara Rebelo

Terapeuta de Ayurveda Integrativa

Cura. Corpo. Consciência.